quarta-feira, 18 de junho de 2025

BITAITE DÔJE

O CHERNE LIGOU-ME A DIZER QUE A BOMBA NUCLEAR DO IRÃO ESTÁ ARMAZENADA NO MESMO SÍTIO ONDE ESTÃO AS "ARMAS DE DESTRUIÇÃO MASSISSA" DO IRAQUE.

quarta-feira, 11 de junho de 2025

BITAITE DÔJE

ATÃO UM GRUPO NEO NAZI, TEORICAMENTE NACIONALISTA, TEM UM NOME INGLÊS?
A EXTREMA DIREITA EM PORTUGAL É UM FRANCHISING.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

"A pele de não roçar com outra pele.
Vai rachando.
Lábios, de não esfregar com outros lábios.
Eles vão secar.
Os olhos, de não se olhar com outros olhos.
Estão se fechando.
O corpo, de não sentir outro corpo perto.
Vai esquecendo.
A alma, de não se entregar com toda a alma.
Vai m0rrend0

- Bertolt Brecht

BITAITE DÔJE

COMIDA REQUENTADA E ALGUMA DELA JÁ AZEDA.
LEMBRE-ME AGORA DO INICIO DO DISCURSO DE JOCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA NOS ANOS CINQUENTA DO SÉCULO PASSADO:
"O PAÍS ESTAVA À BEIRA DO ABISMO 
FINALMENTE DEMOS UM ENORME PASSO EM FRENTE"

sábado, 24 de maio de 2025

PRIMEIRO O LUTO DEPOIS A LUTA

Já não me lembro de quem é a frase, mas ouvi-a no contexto da luta pela democracia nas escolas, após um revez, no final da década de noventa e antes de reformular processos e atitudes. Integrei-a na minha forma de agir desde essa altura e, de vez em quando volta a ser necessário utilizá-la.
Não sou apoiante do partido socialista e nunca votei neles, mas tenho respeito pelo seu percurso na democracia e no desenvolvimento deste país. Tiveram um péssimo resultado nas últimas eleições e estão em processo de "luto".
E, na minha opinião, devem fazê-lo com calma e com tempo. Analisar as causas e preparar a saída daquele resultado.
A urgência, protagonizada pela corrente mais à direita do partido ( com uma forma de pensar muito próxima da IL e que se recusou a participar na campanha eleitoral do seu partido e ao lado do seu Sec. Geral) só pode acelerar a derrocada do PS e da democracia. 
E é a democracia que está em perigo!
Portanto, calma!
Até porque dentro de cento e sessenta dias há eleições outra vez, com a maioria dos candidatos já escolhidos.


sexta-feira, 23 de maio de 2025

FREDERICO GARCIA LORCA

Levei-a até o rio,
pensando que era moça livre,
mas tinha marido.

Era noite de Santiago.
E quase por destino.
As luzes se apagaram —
e os grilos se acenderam.

Nos cantos últimos do mundo,
toquei seus seios adormecidos.
E eles se abriram,
como ramos de jacintos
despertos pela tempestade.

O amido do seu sangue
soou no meu ouvido,
como seda rasgada
por dez facas afiadas.

Sem prata nos copos do céu,
as árvores cresceram como lanças
e um horizonte de cães
latia longe, muito longe,
do lado escuro do rio.

Depois das amoras,
dos espinhos e dos juncos,
sob o seu cabelo derramado,
abri um sulco na limousine da noite.

Tirei a gravata.
Ela, o vestido.
Eu, o cinto com revólver.
Ela, quatro sutiãs.

Nem os nardos, nem as conchas,
têm pele tão fina.
Nem os cristais à luz da lua
brilham com tal brilho.

Suas coxas fugiam de mim
como peixes assustados,
metade feitas de fogo,
metade feitas de frio.

E naquela noite, eu corri
o melhor dos caminhos:
montado numa potra de nácar,
sem freios, sem estribos.

Não direi, por ser homem,
as coisas que ela me disse.
A luz do entendimento
faz-me calar com respeito.

Suja de areia e beijos,
tirei-a do rio,
enquanto o vento fazia vibrar
as espadas dos lírios.

Agi como quem sou —
um cigano verdadeiro.
Ofereci-lhe um grande presente:
um vestido de cetim palhaço.

E eu… eu não queria me apaixonar.
Mas ela —
ela, que era casada —
jurou ser moça livre
naquela noite
em que a levei até o rio.

— Federico García Lorca, Romanceiro Cigano (1928

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